O território de Parelheiros é estratégico para a vida da cidade de São Paulo por sua riqueza em recursos naturais. Situado no extremo sul da capital paulistana, sua divisa está há cerca de 10 quilômetros (km) do litoral. De um mirante situado no Parque Estadual da Serra do Mar é possível avistar Itanhaém.

A totalidade de sua região está situada em área de proteção aos mananciais e compreende remanescentes importantes de Mata Atlântica, mantendo grande parte de espécies nativas, biodiversidade preservada e grande produção agrícola, além de contemplar três bacias hidrográficas: Capivari, Guarapiranga e Billings – estas duas fornecem água para 25% da população da região metropolitana de São Paulo.

Parelheiros recebeu este nome devido às diversas corridas de cavalos (parelhas) entre germânicos e brasílicos. A área abriga uma aldeia indígena, a Tenondé Porã, dos Mbya, subgrupo guarani. Nela vivem atualmente cerca de 1.200 guaranis. São basicamente oito grandes famílias, com filhos, netos, bisnetos, genros e noras, que compartilham casas de tijolos construídas pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano de São Paulo (CDHU), seguindo as orientações dos próprios indígenas. Pratica-se ali a agricultura de subsistência, que fornece o alimento cotidiano: bananeiras, pés de goiaba, mexerica, laranja e manga, que as crianças colhem no pé. A renda vem basicamente do artesanato indígena, vendido para lojinhas da capital e turistas que visitam a aldeia.

Por volta de 1940, a região passou a receber também, além dos alemães, imigrantes japoneses, que vieram para explorar a agricultura, transformando o distrito de Parelheiros na maior área agrícola de São Paulo. Cortado por estradas sinuosas e estreitas, é pontilhado por sítios e fazendinhas que produzem lenha, hortaliças, flores e plantas ornamentais. Hoje, a Igreja Messiânica de origem nipônica tem seu maior templo fora do Japão: o Solo Sagrado de Guarapiranga, inaugurado do distrito em 1995.